Quando dizemos que a reforma bem aproveitada é o
momento ideal para se dedicar de corpo e alma às suas paixões, não o dizemos
sem razões.
Da poesia, passou a fazer
pequenos sketches sem cenários. Com Jorge Marques trabalhava certas peças de
teatro, no entanto a semente já estava plantada e a germinar. Um admirador
inabalável de Zeca Afonso e opositor ao regime, recorda o cuidado que nessa
altura se tinha de ter. “A primeira vez que ia ver Zeca Afonso, ele não chegou
a sair do carro. A rua estava cheia de polícia à espera dele.” Aos 18 anos, ia
declamar o poema Hiroxima de Manuel
Alegre, mas também por causa da GNR foi impedido. Esteve em Luanda a cumprir
serviço militar e devido aos seus conhecimentos de mecânica, ficou o mecânico
responsável pela artilharia antiaérea. No entanto, visto ser um homem culto,
ficou também responsável pela alfabetização dos soldados. Ensinava-os a ler e
jogavam xadrez. Em Angola, com o grupo de militares amigos, viu 555 filmes e
nunca abandonou o teatro, tendo lá visto 18 peças. Quando voltou para Portugal,
estudou Química, Física, Geografia e Matemática e só depois do 25 de Abril é
que largou os sketches e fez a sua primeira peça de teatro com princípio, meio
e fim. Em 1979 Luciano tirou um mês de férias da fábrica e foi para Tróia tirar
o seu 1º Curso de Formação Teatral no Fundo de Apoio a Organismos Juvenis.
Luciano viveu durante anos duas vidas paralelas, a profissional e a sua vocação.
“A partir das 18h é que começava a viver.Leia online o resto desta reportagem em : http://goo.gl/th4uJq
Duas vidas, um só palco
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