Investigadores Portugueses distinguidos em 100 mil dólares por descobertas na doença de Alzheimer

Segundo o Portal Sapo, uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, descobriu que a perda de memória e a degeneração dos neurónios, dependem do ATP, que funciona como uma molécula energética dentro das células, mas que fora delas é um sinal de perigo.

Após sucessivos estudos realizados ao longo de uma década, a equipa coordenada por Ricardo Rodrigues, identificou um mecanismo celular ativado pelo ATP, presente durante o desenvolvimento neuronal e que é anormalmente reativado em animais com doença de Alzheimer, o que pode estar na origem da perda de sinapses, que são os contactos essenciais para que a comunicação entre os neurónios seja correta.

Esta equipa de investigadores da Universidade de Coimbra acaba de ser distinguida pela Alzheimer Association com 100 mil dólares, organização norte americana, sediada em Chicago e lider no apoio e investigação da doença.

"O ATP ativa um receptor na membrana dos neurónios, desencadeando uma cascata de eventos intracelulares que favorece a perda estrutural das sinapses. O receptor para o ATP que identificámos como estando envolvido neste processo degenerativo induz modificações na atividade de proteínas envolvidas na manutenção do esqueleto celular, comprometendo a estabilidade das sinapses. Assim, com a demonstração de que o mecanismo agora identificado contribui para a perda das sinapses, estaremos mais perto de identificar um alvo terapêutico que impeça o aparecimento da doença de Alzheimer", explica o coordenador da investigação, Ricardo Rodrigues.

Este financiamento irá permitir avaliar se este novo mecanismo contribui para a perda de memória e sináptica numa fase inicial da doença.