ATRIBUTOS DE UM BOM CUIDADOR INFORMAL
Quando passamos a ser responsáveis pelos cuidados
de um familiar, seja por doença crónica ou simplesmente pela recuperação de uma
cirurgia, deixamos de ser apenas a filha ou o filho preocupado. Passamos a ser
cuidadores, com todas as responsabilidades implícitas do cargo. O bem estar
daquela pessoa que tanto amamos é agora o nosso foco principal, e de certeza
que queremos cuidar dela da melhor maneira possível.
Mas se cada caso é um caso e se cada pessoa necessita de cuidados diferentes, o que define um bom cuidador? Quais são os atributos comuns que os caracterizam? Foi isso que quisemos saber.
Mas se cada caso é um caso e se cada pessoa necessita de cuidados diferentes, o que define um bom cuidador? Quais são os atributos comuns que os caracterizam? Foi isso que quisemos saber.
Cuidados em Família
Ao olharmos para o contexto dos cuidadores
informais, apercebemo-nos que providenciar os cuidados necessários a um membro
da família é um acto de amor e lealdade. Conforme a esperança média de vida
aumenta e a medicina avança, cada vez mais pessoas vão viver mais tempo com
doenças crónicas ou problemas funcionais, o que significa que cada vez mais
pessoas vão participar no processo de cuidar.
Mas face a estas novas responsabilidades, para as
quais normalmente não estamos preparados nem antecipamos, ser cuidador informal
pode ser um desafio, intimidador, opressivo e extenuante. Por um lado queremos dar os melhores cuidados
possíveis, mas por outro não temos a certeza se seremos capazes. A vida dá uma
reviravolta, a rotina diária desregula-se e não é fácil gerirmos a nossa
própria vida enquanto somos responsáveis pelos cuidados e o bem estar de quem
precisa de nós. A boa notícia é que não precisa ser nem santa(o) nem
enfermeira (o) para ser uma excelente cuidador.
Cuidador Informal: 5 Conselhos de Um Mundo Novo
Se tem a seu cargo um familiar dependente e é tudo
novo para si nesta fase da vida, deixamos-lhe estes conselhos:
#1 – Aprenda o Máximo que Puder: Eduque-se e aprenda tudo sobre o seu familiar e o seu diagnóstico, a
doença ou debilidade que o afecta e as melhores formas de cuidar dele. Quanto
mais souber mais eficaz será e sentir-se-á melhor na pele de cuidador.
#2 – Confie Nos Seus Instintos: Não ignore o que os médicos e especialistas dizem, mas você é quem conhece melhor o seu familiar. Confie também nos seus instintos.
#2 – Confie Nos Seus Instintos: Não ignore o que os médicos e especialistas dizem, mas você é quem conhece melhor o seu familiar. Confie também nos seus instintos.
#3 – Promova a Independência: Muitas pessoas no papel de cuidador, não conseguem pôr de parte o
paternalista. Cuidar de uma pessoa não significa fazer-lhe tudo. Incentive o
seu familiar a ser o mais independente possível, e mantenha-se receptiva(o) a
estratégias ou tecnologias que o permitam.
#4 – Partilhe dúvidas e experiências: Ajuda saber que somos compreendidos e ter apoio de pessoas que sabem
realmente aquilo que estamos a passar. Sentirmos-nos sozinhos e impotentes é
das piores sensações, por isso procure grupos de apoio com quem possa
conversar, partilhar experiências e sugestões e várias outras formas de darem
apoio nesta fase difícil.
#5 – Conheça os seus limites: Este é um dos pontos mais importantes. Costumamos dizer que para cuidar
bem é preciso estar bem, por isso seja realista quanto aos seus limites, quanta
dedicação e tempo pode dar de si próprio. Comunique esses limites aos médicos,
a membros da família e a outras pessoas envolvidas.
O Que Define um Bom Cuidador?
Para cuidarmos bem de quem quer que seja uma coisa
é essencial; preocupação genuína. Todos nós somos capazes de cuidar se nos
preocuparmos com a pessoa de quem cuidamos. Mas apesar de ser essencial, a
preocupação não é suficiente para que possamos ser bons cuidadores, existem
outros atributos igualmente importantes. As características comuns nos bons
cuidadores são:
# 1 – Empatia: A ligação afectiva é determinante, mas a capacidade de criar empatia
com a pessoa estende-se também à capacidade de compreender aquilo pelo que o
doente está a passar. Ao simpatizar com a pessoa e compreendê-la, permite ao
cuidador colocar-se no lugar dela e identificar e suavizar os medos e as
preocupações do familiar.
#2 – Paciência:
Cuidar de pessoas mais velhas não é uma tarefa fácil por muitas razões e
qualquer cuidador sabe disso. Vão estar em jogo personalidades, orgulhos,
feitios e teimosias e por vezes a sua boa vontade em ajudar vai ser testada.
Para conseguir ultrapassar esses momentos de maior frustração da forma mai
positiva a paciência e a determinação são imperativas. Lembre-se que, ao
colocar-se nos "sapatos" do seu familiar verá que é uma situação
muito delicada e igualmente frustrante para ele.
#3 – Flexibilidade: Como tudo na vida, a situação pode mudar de um dia para o outro, ou
algo inesperado pode acontecer. Um bom cuidador reserva tempo para si próprio,
mas sabe que tem de manter o seu horário flexível para poder dar o apoio e
auxílio necessários ao seu familiar. Quem for muito rígido neste aspecto pode
vir a encontrar dificuldades em lidar com os cuidados da melhor maneira.
#4 – Confiável: Um excelente cuidador é alguém com quem se possa contar. Aquilo com que
se compromete é a sua palavra de honra, e se diz que vai estar lá "naquele
dia, àquela hora" faz de tudo para cumprir. Quem está dependente precisa
de confiar na ajuda do seu cuidador.
#5 - Capacidade de Resposta: Este é um trabalho que exige atenção constante e capacidade de
antecipar potenciais complicações ou eventos. Para isso um bom cuidador não só
precisa de ser uma pessoa atenta e conhecer bem a pessoa de quem cuida, mas
precisa também de ser uma pessoa com iniciativa e capacidade de dar uma
resposta rápida à exigência das situações. Estão sempre conscientes das
necessidades físicas e emocionais do doente de quem cuidam.
#6 – Encorajador: Como referimos anteriormente um bom cuidador promove a independência e
a funcionalidade da pessoa de quem cuida. Para isso deve identificar que tipo
de apoio precisa de dar e quais são as verdadeiras necessidades da pessoa. É
importante que seja encorajador para que incentive a pessoa a fazer mais do que
aquilo que ela acha que consegue. Muitas das pessoas dependentes desistem de
tentar por si só e perdem a confiança em si. Esse encorajamento faz toda a
diferença.
#7 – Senso de Humor: Este é um bom indicador de que o cuidador é capaz de lidar e tolerar
situações mais complicadas, o que é importante dado que cuidar envolve
condições que a maioria das pessoas iria achar desafiadoras e complicadas. O
sentido de humor também é importante para aligeirar o ambiente e deixar o
doente mais confortável. Este facto ajuda o bem estar geral tanto do doente
como do cuidador.
#8 – Força Emocional: Enquanto humanos é muito dificil não nos sentirmos afectados pelas
condições de pessoas doentes, ainda mais para os cuidadores que formam uma
ligação de outro nível e genuína com a pessoa. No entanto, esta ligação pode
ser prejudicial quando as doenças se agravam ou a morte se aproxima. É
importante que o cuidador se mantenha uma atitude de força perante o seu
sofrimento emocional, principalmente para benefício do doente.
#9 – Gestão Básica das Necessidades: É aqui que o cuidador precisa de ser um multifunções. Para além de ser
capaz de fazer pequenas tarefas domésticas, também é importante ter algumas
capacidades medicinais, como fazer a medição e controlo dos sinais vitais, da
pulsação, da respiração e da pressão sanguínea. Para além disso um bom cuidador
é também capaz de gerir, identificar e quantificar a medicação necessária.
#10 – Encontra Ajuda: O bom cuidador é aquele que coloca as necessidades do seu familiar
antes das suas.
Responder às necessidades do familiar resume-se a
providenciar-lhe toda a ajuda possível que está ao seu alcance. O bom cuidador
sabe e reconhece que não pode fazer tudo e é por isso que encontra as soluções
adequadas, na comunidade ou em serviços profissionais, que respondam às
necessidades do seu familiar e contribuam para o seu bem estar e qualidade de
vida.
Quem cuida quer cuidar bem, e para isso é preciso
saber quais são os atributos e as ferramentas necessárias que permitam
tornar-se no melhor cuidador possível. Não se esqueça que isso engloba ter a
capacidade de cuidar de si próprio para poder estar em condições físicas,
psicológicas e emocionais para poder contribuir com uma ajuda positiva para o
seu familiar.
O Bom Cuidador Informal
Reviewed by Unknown
on
05:34:00
Rating:
Mto bom artigo !
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