A sexualidade depois dos 60 anos é um tema abordado diversas vezes, embora a informação ande sempre de mãos dadas com a palavra tabú e preconceito. E é aqui que reside o verdadeiro problema. A atividade sexual não existe ou deixa de existir por ser falada, não tem idade para começar ou para terminar. Com o avanço da idade existem mudanças que limitam a vida sexual, e a maioria dessas limitações deve-se à falta de informação. Desta forma a Reviver decidiu apresentar os 8 problemas mais comuns na sexualidade depois dos 60 e o que se pode fazer para ultrapassa-los.
Os 8 principais problemas na vida sexual depois dos 60
#1 – Não abordar os problemas da sua vida sexual com um médico: Sem dúvida que este é o primeiro grande problema da vida sexual de muitas pessoas depois dos 60 anos. Segundo alguns estudos realizados, homens e mulheres com mais de 50 anos começam a notar pelo menos um problema sexual nesta fase da vida que pode facilmente ser ultrapassado com ajuda médica. No entanto, segundo os dados apurados, apenas um terço dos homens e um quinto das mulheres é que procuraram aconselhamento médico.
Enquanto pacientes não devemos
ter qualquer tipo de preconceito em abordar problemas relacionados com a vida
sexual, seja em que idade for. Muitos desconhecem que por trás de uma vida
sexual com dificuldades está normalmente um problema de saúde. Por isso é que é
tão importante abordar o assunto com o seu médico, fazer exames e pedir
aconselhamento. Doenças do coração, diabetes, medicações, depressão e ansiedade
podem estar ligados à dificuldade de ter uma boa vida sexual nesta idade.
Existem médicos que muitas vezes
não deixam os seus pacientes confortáveis para abordar temas relacionados com a
sexualidade. Se este é o seu caso não sinta vergonha ou inibição, o problema
está no seu médico e não em si. Procure outro médico de clínica geral ou um
médico especializado, como um ginecologista ou urologista.
#2 - A quebra parcial ou total do desejo sexual
A quebra do desejo sexual é um dos principais problemas relatados pelo
sexo feminino a partir dos 60 anos. Ter uma vida sexual ativa é fundamental
para a maioria das pessoas se sentirem equilibradas, felizes e realizadas. Por
isso se começou a notar que está a perder o seu desejo sexual deve
questionar-se sobre o que se está a passar consigo. Se não encontrar as
respostas dentro de si procure a ajude de um médico. É normal nesta fase da
vida existirem pequenas depressões ou problemas psicológicos que tendem a
bloquear a mente, refletindo-se na quebra do desejo sexual. Muitos médicos
acreditam que se a vida sexual contínua boa, o paciente está bem de saúde. Caso
contrário é preciso perceber o que está por detrás da quebra do desejo sexual. Mas
cada pessoa ou casal são únicos. Existe uma pequena percentagem de casais que
perde o interesse sexual com o passar dos anos, e não sente qualquer problema
nisso. Faz parte da sua natureza e nem todos temos as mesmas necessidades. O
que importa é o casal estar na mesma sintonia.
Embora alguns homens demonstrem
uma perda parcial do desejo sexual devido a problemas de ereção, que afetam a
sua auto-estima e confiança, preferindo por vezes abdicar do ato sexual, são as
mulheres que mais sofrem com este problema e muitas vezes não encontram
explicação para tal. O processo de envelhecimento nem sempre é fácil. A
menopausa muitas vezes não é bem explicada, o corpo muda drasticamente se não o
cuidarmos regularmente, a falta de realização a nível pessoal ou profissional,
a quebra da intimidade com o parceiro, a ausência dos filhos e netos, entre
outros aspetos, acabam por gerar alguns problemas a nível psicológico que devem
ser vistos e acompanhados. O mais importante é ser honesto com o seu médico e
certamente em conjunto irão encontrar a melhor solução para si.
#3 – Falta de Lubrificação
A falta de lubrificação juntamente com a perda do desejo sexual são os
principais problemas de uma boa vida sexual ativa para as mulheres. É
perfeitamente normal após o processo da menopausa existir uma grande mudança
hormonal que pode afetar a lubrificação vaginal. O resultado desta falta de
lubrificação é a penetração ficar extremamente dolorosa para as mulheres, o que
acaba por levar muitas vezes à interrupção brusca da vida sexual de muitos
casais. Hoje em dia existem diversas formas de ultrapassar este problema, sendo
a mais simples de todas comprar um gel lubrificante à base de água, vendido em
farmácias ou em sexshops. Se esta não for a melhor solução para si, consulte
um/uma ginecologista que poderá fazer um tratamento de reposição hormonal ou
recomendar outro tipo de gel ou lubrificante. Qualquer uma destas soluções irá
mudar consideravelmente a sua vida sexual, tornando-a mais agradável e
prazerosa.
A masturbação é muito útil quando
se começa a notar uma menor lubrificação vaginal, pois esta estimula as
glândulas, mantém a lubrificação e evita a atrofia dos músculos vaginais. A
nossa saúde deve estar sempre em primeiro lugar, por isso deixe os preconceitos
de lado e pense no seu bem-estar hoje e a longo prazo.
#4 – Dificuldades de ereção
É normal que a partir dos 50 anos alguns homens sintam uma perda
significativa da capacidade de ereção. Este tema é diversas vezes abordado,
com anúncios de medicamentos e diversas soluções, o que leva os homens a
recorrer ao seu médico com mais facilidade do que as mulheres. O certo é que
muitas vezes a perda parcial da capacidade de ereção está ligada a diversas
doenças, como também ao estilo de vida levado pelo homem. E só um médico é que
poderá avaliar a sua situação. Não tome qualquer tipo de medicação sem
consultar o seu médico e este efetuar alguns exames.
O que pode fazer para prevenir
esta situação é adotar uma dieta equilibrada, fazer desporto, parar de fumar e
beber bebidas alcoólicas. Uma vida saudável ajuda significativamente a melhorar
o desempenho sexual.
É importante também realçar que o
homem com o aumento da idade demora mais tempo a excitar-se, ter uma ereção e
um orgasmo. A ereção surge mais facilmente quando o pénis é diretamente
estimulado, embora seja preciso compreender que a ansiedade dificulta bastante
todo este processo. Quando a ereção surge é natural que esta não seja tão
duradoura, embora muitas vejas seja possível ser mais longa devido a uma menor
capacidade e necessidade de ter um orgasmo. Isto pode ser visto pelo casal como
uma nova forma de prolongar todo o seu ato sexual, desde os preliminares, ao
tempo juntos, aos carinhos que podem ser trocados em vez de estarem focados
apenas na penetração.
#5 – Falta de Afeto e Intimidade origina quebra da vida sexual
Este é um problema muito
complicado de resolver. Pois quando falamos de casais que não trocam qualquer
tipo de afeto, mantêm uma relação repleta de rancores e conflitos, e embora
estejam juntos há 40 anos dificilmente irá existir vontade de uma vida sexual ativa
e saudável. Se sempre foi assim é difícil arranjar uma solução para melhorar a
vida do casal, pois para quem vê de fora não faz qualquer sentido a permanência
numa relação onde as duas pessoas não são felizes. Mas existem diversos fatores
que mantêm algumas pessoas juntas e só elas é que podem decidir que rumo querem
dar às suas vidas.
Caso a falta de afeto e intimidade
tenha acontecido recentemente não desespere. Por vezes existem mal entendidos
que levam a esta quebra de intimidade. Não há nada melhor nestes casos que uma
conversa honesta de ambas as partes para resolver aquilo que não está bem. Outra
questão importante na vida sexual quando um casal fala abertamente desta
situação é chegar a uma conclusão sobre a regularidade da atividade sexual.
Existem casais que vivem felizes com sexo 1 ou 2 vezes por mês, por isso o que
importa é perceber se ambos estão satisfeitos com o rumo que a sua vida sexual
está a tomar.
#6 – Quanto mais escassa é a vida sexual, mais problemas irão existir no futuro
Ao haver uma quebra na vida sexual de um casal é natural que surjam
alguns problemas quando se retoma a atividade. Quanto mais frequente for o
sexo mais aptos os órgãos genitais estão. Por exemplo nas mulheres que evitam
as relações sexuais têm tendência a sofrer de um atrofiamento dos músculos
vaginais e de uma falta de lubrificação extrema. Quanto aos homens que
raramente têm relações sexuais têm mais dificuldades de ereção, devido à falta
confiança e ansiedade. Uma vida sexual ativa é uma excelente forma de proteger
os seus órgãos genitais. Para além disso, as relações sexuais regulares ajudam
a melhorar a auto estima, a confiança e a vontade de manter a sua sexualidade.
Desta forma o casal irá ter uma relação mais saudável e provavelmente muito
mais feliz.
#7 – Sexo apenas como forma de procriação e crenças religiosas
Normalmente estas duas questões acabam por estar ligadas e são
alimentadas por todo o tabu em volta do sexo sem ser para procriação. Neste
tópico o grande problema está na mentalidade das próprias pessoas que são
influenciadas pelo peso social que vivem no seu meio. Os homens muitas vezes
estão de acordo que o sexo com a sua mulher é exclusivamente para a procriação,
mas por vezes acabam por procurar fora de casa a realização sexual biológica do
ser humano. Enquanto as mulheres que viveram sempre absorvidas por toda essa
pressão renunciam ao sexo quando entram na menopausa ou até antes. E há medida
que a idade avança instalasse a ideia que o idoso deve ser assexuado e o sexo
visto como algo pecaminoso.
Existem casais que vivem bem sem
sexo e existem outros que vivem completamente frustrados pela falta dele. Como
já referimos anteriormente, cada pessoa tem que perceber qual é o rumo que quer
dar à sua vida, sem se preocupar com os tabus e preconceitos da sociedade.
#8 – Falta do seu espaço para a intimidade
Poucas pessoas pensam no
transtorno que é para um casal depois dos 70 anos ter que partilhar a casa com
familiares. Muitos casais continuam a sua vida sexual depois dos 70, mas quando
confrontados com a presença dos seus familiares no seu lar existe a tendência para
por um ponto final na vida sexual.
Neste aspeto a família tem um
papel fundamental. Os comentários quanto à vida sexual dos mais velhos não
devem ser uma piada de família, não devem deixar os mesmos constrangidos com o
assunto e principalmente este tema só deve ser abordado se existir uma relação
aberta entre os familiares. A melhor forma é falar e demonstrar que a vinda de
um familiar para a casa destes não deve alterar em nada a forma como o casal
vivia anteriormente. Mesmo que não altere em nada, não estará a contribuir para
um maior constrangimento de quem o recebeu em sua casa.
Quando um casal mais velho sai de
sua casa é muito difícil a continuação de uma vida sexual ativa, pois sentem
que perderam completamente a possibilidade para terem momentos íntimos. Existem
algumas residências para idosos que têm uma ótima política de privacidade em
relação aos casais que ali vivem. Quanto à família só uma relação aberta, com
pessoas com uma mente pouco fechada, fará com que esta situação possa mudar.
O sexo depois dos 60 deve ser
falado abertamente, dando oportunidade para os próprios idosos falarem sobre o
tema pois são eles que vivenciam cada obstáculo ou prazer. Quanto mais estudos
forem feitos neste sentido, mais informação será disponibilizada para ajudar
milhões de seniores em todo o mundo. A vida sexual não tem prazo de validade,
tem sim obstáculos que precisam ser contornados para desfrutarmos ao máximo o
prazer e a felicidade que o sexo traz.
Sexo depois dos 60 - O problema da falta de informação
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