Com o passar dos anos, os portugueses têm perdido grande
parte das tradições do antigamente. São poucos os Ferreiros que existem, cada
vez são menos as drogarias, as pessoas já não têm o hábito de lavar a roupa em
tanques públicos nem ir cozer o seu próprio pão em fornos que existem na sua
zona. Os tempos evoluíram, abriram lojas e centros comerciais que reúnem tudo
aquilo que precisamos. Mas a crise financeiras, por vezes, desperta-nos para a
realidade do antigamente, onde se poupava, pois não existia grande parte da
tecnologia. Por isso algumas zonas de Portugal começam a recorrer aos métodos
usados em outros tempos.
A aldeia de Penedo da Sé, na Guarda, voltou a utilizar o
forno público que era utilizado há 100 anos atrás para cozer o pão da população
local. Devido aos dias de crise que o nosso país vive, muitas pessoas
organizam-se entre si e voltam a fazer do forno público uma moda. Uma simples
iniciativa que a longo prazo vai ajudando as famílias da aldeia a poupar algum
dinheiro. Mas não são só pães caseiros que ali se confecção. Também há quem vá
lá fazer bolos e carnes.
Sendo Penedo da Sé uma aldeia da freguesia de Marmeleiro com
cerca de 50 habitantes, a população consegue, entre as 12 famílias que o utilizam,
gerir o forno para cozerem o pão para consumo diário. É naquele forno público
que produzem pães mais saborosos e saudáveis e há quem chega a poupar mais de
40 euros mensais.
É claro que todo o processo de feitura dá bastante trabalho
e leva entre três a quatro horas. É
necessário fazer a massa e amassar, aquecer o forno e a cozedura. Mas no geral
a população está satisfeita e garante que compensa em termos económicos.
Já na Aldeia de Vale da Estrela, na região da Guarda, a
tradição de lavar a roupa à mão em tanques públicos voltou para ficar. Em
tempos de crise, as mulheres da região prefere dirigir-se aos três tanques
públicos e “metem mãos à obra” para pouparem em água e electricidade. Mas não é só a crise que leva estas mulheres até aos
tanques da região. O convívio e a qualidade da lavagem, apenas com sabão azul e
branco, compensam o trabalho que dá. A população sénior do concelho relembra
que há uns bons anos atrás, todos os tanques estavam cheios. A cada dia que
passa vão aparecendo mais pessoas que retomam a tradição do antigamente. E para aqueles que pensam que isto só acontece nas
aldeias, desenganem-se. Na capital são cada vez mais as juntas de freguesia que
proporcionam o uso dos tanques públicos. As freguesias de Carnide e Alfama
recebem alguns idosos semanalmente, que aproveitam para lavar uma ou duas peças
de roupa e conviver algumas horas com a vizinhança. Os
tanques públicos já são pontos de encontro de algumas das residentes locais.
Seja a fazer pão ou a lavar a roupa, existem pessoas que
encontram uma forma de contornar a crise e travar conhecimentos com novas
pessoas. Parece que algumas tradições voltaram para ficar. Se tem saudades do
antigamente, este poderá ser o momento certo para voltar a revive-lo.
Hora de REVIVER antigas tradições
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08:11:00
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