A arte urbana, street art, começou por ser vista por muitos como um ato
de vandalismo. Hoje está presente em quase todos os cantos do mundo e tem sido
usada para requalificar edifícios e zonas degradadas. A maioria das pessoas
associa a arte urbana aos jovens, no entanto a REVIVER decidiu mostrar alguns
seniores que têm contribuído para embelezar e requalificar algumas zonas do
mundo.
Grace Brett com 104 anos foi recentemente considerada a artista de rua
mais velha do mundo. Grace nasceu em Londres e em 1978 mudou-se para a aldeia
de Darnick na Escócia. Desde cedo aprendeu a tricotar e nunca mais parou.
Atualmente integra um grupo de tricô de intervenção “Souter Stormers”. São
várias as peças que Grace Brett criou para preencher 46 pontos de referência do
condado escocês. Juntamente com o grupo, Grace também participou no festival de
arte YES “Yarrow-Ettrick-Selkirk”. “Eu pensei que era realmente uma boa ideia
decorar a cidade e gostei de ter o meu crochê incluído”, afirmou a artista
centenária. As suas obras não passam despercebidas e tornaram o condado mais
alegre e divertido. O trabalho de Grace Brett não passou despercebido nas redes
sociais e milhares de pessoas partilharam fotografias das suas obras.
Agnes Kasparkova tem 87 anos e é conhecida por pintar a azul temas
florais na sua vila na Morávia, República Checa. Está reformada há 30 anos e
desde então dedica a maioria do seu tempo livre a pintar. Agnes não consegue
imaginar a sua vida sem fazer nada, por isso está sempre ocupada, seja em casa,
no jardim ou a pintar. A senhora Kasparkova tem contribuído com o seu talento a
pintar as casas dos vizinhos e alguns locais de culto na sua aldeia. “Eu tento
ajudar a decorar um pouquinho o mundo”, afirmou Agnes. No mês de Maio, todos os
anos, Agnes Kasparkova usa o seu talento para pintar as paredes da capela
local. Um trabalho que exige concentração e dedicação, mas também esforço
físico, visto ter que subir escadas e pintar no cimo de alguns andaimes.
Luísa Cortesão tem 65 anos de idade e é conhecida como a avó que desenha
bruxas nas paredes portuguesas. Seguiu o conselho da filha e inscreveu-se no
workshop do projeto LATA 65. Embora tenha faltado ao primeiro dia, ficou
rendida à aula de stencil do artista Adres. O seu primeiro cartão recortado foi
uma velhinha marreca com uma lata de spray. Essa imagem deu origem ao logotipo
nos crachás do projeto Lata 65 mas também pode encontra-la em Marvila, atrás do
mural do SAM3. Hoje em dia, a sua imagem de marca são bruxas montadas em
vassouras. Pode ver o trabalho de Luísa Cortesão no seu instagram: https://instagram.com/luisacortesao1/
LATA 65 é um projeto que tem como objetivo colocar os
seniores em contacto com a arte urbana. O projeto teve início em 2012 e desde
então tem tido uma ótima aceitação por parte dos seniores. Os alunos através
dos workshops aprendem a história, cultura e técnicas de graffiti, ensinados
por diversos artistas. Para além da teoria, rapidamente estes principiantes
passam há ação nas ruas. A mentora do LATA 65, Lara Seixo Rodrigues, já
conseguiu levar este brilhante projeto até ao Brasil para realizar dois
workshops. Quanto ao número de alunos que já frequentaram estes workshops desde
o 2012 já ultrapassa os 120, com idades entre os 60 e os 101 anos, segundo a
sua entrevista ao jornal Público.
A verdade é que as ruas estão a ganhar novas cores pelo mundo
fora e desta vez a arte urbana nasce pelas mãos dos seniores, deixando o
preconceito da idade de lado.
A arte urbana também é feita por seniores
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