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Cantinhos de convívio


Se é daqueles que pensa que já são poucos os jardins nas grandes cidades desengane-se. Há e nem é preciso procurar muito. Alguns são autên-ticos paraísos que parecem perdidos no meio da cidade. E há quem os aproveite da melhor maneira possível. Hernâni Ferreira, Eugénia Santos e Américo Cardoso têm vidas muito diferentes, mas com algo em comum: a necessidade de convívio. O local do encontro é sempre o mesmo.

Há muito que Lisboa é considerada uma cidade onde o convívio é pouco ou até mesmo inexistente. Mas a verdade é que ainda são muitas as pessoas que se reúnem nas ruas para trocar impressões e passar uma tarde com os amigos. Os jardins da capital acolhem ainda inúmeros lisboetas. Sentam-se num banco do jardim a conversar ou fazem uma pausa para jogar às cartas. O ar puro e a natureza trazem momentos de serenidade. Nestes espaços verdes misturam-se miúdos e graúdos. Todos em sintonia. Deixaram as suas casas e saíram à rua para conviver. 


No Jardim da Parada, em Campo de Ourique, há um parque de diversões para os mais novos. Um pouco mais afastados, pais e avós trocam conversas de banco para banco, enquanto vigiam com um olhar atento os mais pequenos.Hernâni Ferreira tem 80 anos e por vezes vai ao jardim na companhia da família. Reúnem-se três gerações no mesmo espaço. Hoje está sozinho, mas, mesmo assim, preferiu ler o jornal na rua. "Moro aqui perto e venho aqui quase todos os dias, prefiro estar aqui, sempre encontro pessoas conhecidas do que em casa sem fazer nada. E para além disso, esta vista é muito melhor!" Em redor do lago, algumas senhoras apreciam a beleza da natureza e a calma que ali permanece, uma calma pouco comum na cidade de Lisboa. 


Eugénia Santos tem 68 anos e costuma ir ao Jardim da Parada todos os fim-de-semana. É uma pessoa enérgica, que contagia com a sua boa disposição. Talvez por isso, conheça tantas pessoas na zona. "Sou uma pessoa tipi-camente popular, gosto de falar com pessoas, por isso já fiz muitas amizades aqui". Eugénia gostava de um dia ir a uma associação recreativa. Só ainda não o fez, porque não gosta muito de espaços fechados, e não conhece ninguém que queira ir com ela."Gostava de ir a uma associação para conhecer novas pessoas e poder ajudar outras. Mas sozinha não tenho lata para chegar lá e dizer eu estou aqui. Talvez um dia, mas enquanto isso não acontece, estou aqui ao ar livre com as minhas amigas de longa data a conviver um pouco". 


Mas é no fundo do jardim que os mais velhos se reúnem às dezenas. É ali que se joga uma boa cartada. Conhecem-se há anos e é onde se encontram todos os dias. Só recolhem os baralhos quando o sol já se está a pôr. Américo Cardoso, 76 anos, vai ao jardim todos os dias. Jogar às cartas distrai-o, e fá-lo conhecer quase todas as pessoas que ali estão. "Agora já não jogo tantas horas como antigamente, mas continuo a passar muito tempo aqui, pois conheço estes senhores há anos e aproveitamos para passar um pouco juntos".Estar em casa é algo que não lhe agrada. É uma pessoa sociável, que a qualquer sítio que vá, no regresso, traz sempre novos conhecimentos e algumas amizades. "A semana passada, fui a Cascais e à Graça, conheci imensas pessoas lá, inclusive esta semana vou a Cascais ter com essas pessoas. Sem dúvida sou uma pessoa que gosta de conviver". 

São histórias que provam que os jardins lisboetas têm muito mais para oferecer, do que aquilo que vemos à primeira vista. E como não existe uma maneira ideal de convívio, o importante e não se fechar em quatro paredes e abrir a mente a novos conhecimentos e experiências.
Cantinhos de convívio Cantinhos de convívio Reviewed by Unknown on 17:36:00 Rating: 5

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