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Na esplanada com… Maria Helena Cadete


Maria Helena Bernardo Cadete tem 81 anos e recebeu o ano passado o prémio do envelhecimento ativo Drª Maria Raquel Ribeiro. Dedicou a sua vida a ajudar os outros e tem sido um pilar na luta pelos idosos mais vulneráveis da nossa sociedade. Mesmo estando reformada, continua a dedicar o seu tempo em prol dos outros. Conheça a história de quem sempre soube o que significava a palavra solidariedade.

- Quem é a Maria Helena Cadete?
Sou uma velha senhora que gosta muito de ser velha. Tive uma vida bastante boa, modesta mas feliz. Estudei enfermagem e ciências políticas. Trabalhei em dois Ministérios, o que resultou num trabalho de 44 anos na função pública. Ensino numa escola de enfermagem. Ajudei a fundar a Associação Coração Amarelo e adoro fazer voluntariado aqui. Sou uma pessoa que gosta de estar activa.

- Desde cedo soube que a sua vida seria a ajudar os outros?
Venho de uma família solidária e participativa. Brotou naturalmente.  

- Até à reforma foi directora de serviços de acção social. Em 1997, quando esse dia chegou, sentiu que tinham ficado inúmeras coisas por fazer?
Não. Quando chegou a reforma, ainda fiquei a convite mais 10 anos no Ministério. Estava num projecto de apoio aos idosos e convidaram-me para ficar. Tinha várias vertentes, desde o apoio domiciliário integrado, centro de apoio a dependentes, o portal tele-alarme, termalismo sénior entre outras. Aceitei o convite de bom agrado por ser um excelente projecto.

- Sendo uma das pessoas responsáveis pelo guia do idoso, acha que a mentalidade da população portuguesa em relação aos seniores precisa ser reformulada?
Acredito que há alguns progressos, mas todos nós temos um papel importante na transmissão dos valores, dos direitos e dos deveres de cada ser humano. Mas como é óbvio ainda são precisas mudanças. Devemos começar por ensinar os mais novos, desde o jardim-de-infância, só assim alguns aspectos podem ser mudados.

- São inúmeros os projectos em que já esteve envolvida para proporcionar uma melhor vida aos seniores. Existe alguma razão específica ou um carinho especial por esta faixa etária?
Eu fui criada pela minha avó. E acho que não poderia ter sido melhor. Quando eu, a minha irmã e a minha prima nos juntamos, acabamos sempre a falar da minha avó. Das suas histórias, vivências, costumes e até da sua ruralidade. Sem dúvida que deu-me este carinho especial pelos idosos.

- Uma das suas grandes preocupações recai nos seniores mais desprotegidos e sós. A associação Coração Amarelo era um projecto que sempre sonhou concretizar?
Eu e muitas pessoas que vieram da acção social já tínhamos este projecto em mente. E após a reforma, sempre tive vontade de fazer voluntariado junto da população idosa mais vulnerável. Por isso posso dizer que sim, era um projecto do qual sempre quis fazer parte e ajudar na sua evolução.

- Com mais de uma década já podemos encontrar algumas delegações da associação. Como tem sido este percurso?
Tem sido um óptimo percurso. Gostaríamos de ter mais delegações pelo país. Temos cada vez mais actividades e mais parcerias. Gostávamos de crescer ainda mais, mas o país atravessa uma situação delicada e temos que ter consciência disso.

- Como se sentiu ao receber o prémio do envelhecimento ativo Drª Maria Raquel Ribeiro o ano passado?

Foi uma grande honra. É o reconhecimento de uma vida de trabalho. E para além disso, também é o reconhecimento como cidadã activa e participativa em questões sociais. Não podia ter ficado mais honrada. É uma forma de levar as pessoas a pensarem, tudo aquilo que fazemos tem sempre uma repercussão. Para continuar a ler este artigo, basta carregar no seguinte link: http://goo.gl/jL1ZGq
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