Se é
verdade que a reforma pode ser desesperante para algumas pessoas, por não
saberem como hão-de ocupar o tempo livre, também é verdade que há quem saiba
muito bem como aplicar melhor aplicar todos os conhecimentos e especializações
profissionais adquiridas ao longo dos anos. Esse é o caso da Associação
Portuguesa de Consultores Seniores. Fundada em 1988, com o apoio da Renault.
Nasceu com o objectivo de prestar assistência especializada voluntária, técnica
ou administrativa, a pessoas ou entidades que dela necessitassem. A REVIVER
falou com o presidente da direcção Henrique Sobral.
“Se por um lado havia, como continua a haver, gente habilitada
que não queria permanecer inativa com a entrada na reforma, havia e há a noção
de que muitas empresas e instituições precisam do concurso de técnicos
experientes e conhecedores que nem sempre podem contratar, por falta de meios”
diz o Presidente. Ao mesmo tempo que dá a oportunidade para empresas
beneficiarem do seu apoio, os seus associados, têm na APCS uma forma de se
manterem activamente úteis e ajudarem no progresso das entidades que apoiam.
Mas, nobres causas deparam-se sempre com dificuldades e a APCS não é excepção. “A
maior é talvez o ainda desconhecimento por parte das empresas, principalmente
pequenas e médias, dos benefícios que a APCS lhes pode trazer. Por outro lado,
um maior conhecimento junto de eventuais colaboradores ajudar-nos-ia a alargar
a nossa base de consultores, que pode ser sempre maior. Sentimos ainda uma
certa falta de apoio institucional, que não se verifica noutros países com
associações congéneres” afirma Henrique Sobral.
Ao longo de
26 anos, a Associação tem vivido períodos de trabalho intenso, assim como
outros períodos mais calmos. No entanto, o seu apoio tem sido dado tanto em
Portugal como no estrangeiro. “Fizemos muitos trabalhos no país e no
estrangeiro, colaborámos em reuniões, congressos e simpósios, fizemos parcerias
e estabelecemos protocolos de colaboração. Estudámos e fizemos imensas
propostas de trabalho” refere o Presidente, que recorda a apresentação de três
novos equipamentos, produzidos em Portugal, de gestão de energia eléctrica e
energias renováveis, numa Feira de Tecnologia em Fuzhou na China, como a sua
melhor memória do trabalho da Associação. Duas vezes por ano, representantes da
APCS participam em simpósios na China, para recolha de pedidos de consultores
para o país asiático. Além do trabalho realizado na China, a Associação
Portuguesa de Consultores Seniores, orgulha-se de ter prestado apoio em vários
outros países estrangeiros como, “missões que realizámos em tempos na Mongólia,
Rússia, Usbequistão, Casaquistão, Karélia e Moldávia. Pusemos em prática, há
poucos anos, um projecto de fabrico de velas para uma associação paroquial de
Lisboa” indica-nos.
Na opinião
de Henrique Sobral, o trabalho voluntário tem as suas próprias limitações. “Não
é efetuado, por norma, por grandes equipas, não envolve custos elevados nem
grandes meios, já que para isso estão as empresas de consultoria e outras. De qualquer
modo, trabalho voluntário não é gratuito, já que envolve obrigatoriamente
despesas, geralmente de pequena monta. Ora se isto é assim entendido por
algumas empresas e instituições, também há outras que não pensam desta forma”
diz-nos. Neste âmbito, o presidente Henrique Sobral relembra o dia em que foram
contactados por uma instituição de ajuda humanitária, para obter colaboração. “Disponibilizámo-nos,
como sempre e informámos que o nosso trabalho é voluntário, mas envolve
inevitavelmente alguns custos, no caso sempre reduzidos. Fomos abruptamente
confrontados com um nem pensar,
pelo que ficámos com a ideia que tínhamos que pagar, nós próprios, para
colaborar com a organização em causa”.
Para o
futuro, Henrique Sobral pretende difundir mais a Associação Portuguesa de
Consultores Seniores, alargar o número de associados assim como procurar
missões dentro e fora do país.
Para obter a
ajuda da associação basta entrar em contacto por email ou telefone a expôr a
situação. O pedido será analisado e no caso de aprovação, a APCS
disponibilizará os técnicos necessários. “É então elaborada uma proposta que
depois se remete à empresa ou instituição. Em caso de aceitação pelas partes, é
então assinado um contrato onde constarão, além de outros dados, eventuais
gastos para deslocações, alojamento, alimentação, ajudas de custo, materiais,
sempre que se justifique e despesas administrativas” prossegue, dizendo que “ por norma empresas ou organizações que
não se encontram em situação de contratar os serviços de consultores
profissionais”.
Associação Portuguesa de Consultores Seniores
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03:59:00
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