Aos 82
anos Edith Macefield começou a inspirar o Mundo pela sua luta muito pessoal
contra os gigantes imobiliários. Edith mudou-se de Inglaterra para os Estados
Unidos, para cuidar da sua mãe doente, que vivia numa pequena casinha, no
bairro de Ballard em Seattle. Como é frequente nos bairros em desenvolvimento,
muitas dessas pequenas casas transformam-se em prédios, lojas, escritórios ou
até centros comerciais. Não demorou até que propostas milionárias começassem a
chegar a Edith para que vendesse a sua casa. Edith Macefield, que mantinha um
grande apego emocional com a casa em que tinha vivido e cuidado da sua mãe, e onde
a mãe viria a falecer, chegou a recusar propostas até 1 milhão de dólares.
Todos os
cantos daquela casa lhe traziam recordações, e a sua persistência rapidamente
levou os empreiteiros a mudarem de planos. Sem demoras nem emoções, a
construtora interessada no terreno adaptou o seu projecto, e começou a
construir um grande edifício empresarial em torno da pequena habitação. Apenas
uns metros de terreno separavam a casa daquele gigante.
Quando
faleceu em 2008, o improvável aconteceu. Edith Macefield deixou em testamento a
casa a Barry Martin, o chefe daquela obra. A verdade é que, toda aquela luta
que Edith manteve com a construtora, valeu-lhe uma verdadeira amizade. De
certeza que a teimosia da Sra Macefield irritou muita gente, mas inspirou mais
ainda. Barry Martin, passou a ser bastante próximo de Edith e ajudava-a com as
compras de supermercado e as medicações. Foi a proximidade que mantinham, que o
levou a aperceber-se das debilidades físicas da amiga e de como estava a perder peso rapidamente. Levou-a ao hospital
onde e foi descoberto que Edith tinha um cancro no pâncreas que mais tarde lhe
veio a tirar a vida. Ainda assim, Edith não hesitou em reconhecer que a amizade
é superior às empreitadas milionárias.
O impacto
que Edith teve no Mundo e principalmente na sua comunidade foi enorme. Um
tatuador local criou um design da casa de Macefield, para que ela possa ser
recordada, e como um compromisso de nos agarrarmos aquilo que é importante para
nós. Até à data, pelo menos 10 pessoas fizeram essa tatuagem.
Em 2009, a
Disney colocou balões coloridos no telhado da casa, para promover o filme “Up”,
um desenho animado, em que também um idoso não se queria desfazer da sua casa,
então prende-a com balões para voar pelo Mundo, e acaba a fazer amizades
improváveis. Em 2013,
em Ballard, concretizou-se o primeiro “Macefield Music Festival”. Os promotores
deste festival anual, vêem-no como excelente forma de explorar as
potencialidades de Seattle, assim como de relembrar a querida Edith Macefield.
O Legado de Macefield
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05:10:00
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