Irmãos reencontram-se numa aula de ginástica passados 30 anos sem se verem

(Foto de Mariane Rossi/G1)

Neusa Gordado de 72 anos e Sérgio Gordado de 63 são filhos do mesmo pai mas não se viam há 30 anos. A vida levou-os por caminhos diferentes, mas acabou também por juntá-los.

Depois da mãe de Neusa ter morrido, o seu pai José Cordado ficou viúvo e a cuidar de 3 filhos. Mais tarde casou com Arcília Leme de quem teve mais 4 filhos. O casal e as sete crianças viveram juntos na mesma casa em São Paulo. 

Com 16 anos Neusa saiu de casa, casou 2 vezes e teve 5 filhos. Morou noutras cidades do Estado de São Paulo e Minas Gerais. Após a morte do pai cada um dos irmãos seguiu também o seu caminho e Neusa foi perdendo contacto, sem saber onde procurá-los. Há dez anos atrás, mudou-se com uma filha para Mongaguá, mas não fazia ideia que o irmão estava tão perto.

Foi a vontade de se manterem activos que os juntou, Acontece que ambos frequentavam a mesma aula de ginástica, que conta com cerca de 400 idosos, no Clube da Terceira Idade Conviver. Eles faziam a mesma aula, viam-se, mas não faziam ideia que eram irmãos que não se viam há 33 anos. Foi a professora de educação física e coordenadora local Ivete Aparecida Gutierres que os juntou, depois de Sérgio e a esposa decidirem inscrever-se para fazerem actividades na piscina. Ao analisar os documentos para a inscrição, a Ivete observou o pouco comum sobrenome, Gordado. Disse a Sérgio que, na aula de ginástica também havia uma pessoa com o mesmo sobrenome, e a esposa referiu que Sérgio há 30 anos que procurava uma irmã. Acaso ou milagre, e lá estava ela.

A professora resolveu assim marcar um reencontro no próprio clube. Todos os alunos souberam e participaram, num momento que deixou todos muito emocionados.

Uma história bonita, que nos deixa pensar que, bastava um deles se isolar-se em casa sem envelhecer activamente para que este reencontro nunca tivesse sido possível. Afinal, envelhecer activamente pode ser também um ponto de encontro. 

(Foto de Mariane Rossi/G1)