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Um jardim na metrópole


Como é hábito, em todas as edições aproveitamos para visitar a beleza única do nosso país e dá-la a conhecer aos nossos leitores. Já passamos pela Costa da Caparica no Inverno, o Buddha Eden, o Gerês e os Santuários do Bom Jesus e do Sameiro. Nesta edição, a REVIVER perde-se na beleza do Jardim do Paço Episcopal em Castelo Branco.

Chegamos ao jardim, por volta das 16h00, um calor abrasador e a indispensável garrafa de água. O enorme portão de ferro que dava entrada para o jardim encontrava-se fechado. Foi uma questão de segundos até percebermos que a entrada já não era pelo portão, mas sim por um pequeno espaço recentemente inaugurado. Um balcão com um sorridente e prestável funcionário. 

Umas vitrinas com vestígios de pratos e utensílios encontrados nas últimas obras davam um ar de pequeno museu ao espaço de entrada. Apenas 2 euros por pessoa e, todo o esplendor de um jardim para nós. Sem que ele tivesse de se abrir, estávamos agora do outro lado do gigantesco portão de ferro, a verdadeira entrada do jardim. Uma entrada projectada em 1936 pelo Engenheiro Manuel Tavares dos Santos, obedece ao estilo barroco do lugar. Espaços para painéis, revestidos com azulejos, nunca foram totalmente preenchidos. Apenas com vistas antigas da cidade, e dois painéis com os retractos dos dois bispos que impulsionaram a construção do jardim. Juntamente, uma fonte refrescante abraçava a escadaria que escondia toda a magia do jardim, como um véu que esconde uma beleza quase proibida. Degrau a degrau, os nossos olhos enchem-se pelo verde das sebes e arbustos, pelo cinzento das estátuas, e pela frescura dos 5 lagos com repuxos. Tudo numa espécie de labirinto espiritual. Estávamos no pátio principal, o Jardim do Buxo. Ao percorrer os seus caminhos, encontramos a representação do ciclo do Zodíaco completo, as quatro partes da Terra, América, Ásia, Europa e África, e as quatro estações do ano, tudo, em estátuas de pedra. Em redor do lago central, estão as três virtudes teologais, Fé, Esperança e Caridade, quatro virtudes cardeais, Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança, e uma virtude moral, a Lisura. A representação dos quatro elementos está incompleta, e só pudemos encontrar o ar (legendado como caça) e o fogo. Nos quatro vértices deste pátio cheio de simbolismo tanto natural como espiritual, encontramos a morte, o juízo, o inferno e o paraíso. Caracteriza o processo do julgamento final, morremos, a alma é pesada e consoante as nossas acções terrenas, cumprimos pena perpétua no inferno, ou espera-nos o paraíso.

Para continuar a ler online esta reportagem : http://goo.gl/th4uJq




Um jardim na metrópole Um jardim na metrópole Reviewed by Unknown on 06:24:00 Rating: 5

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