Os
tempos mudam e as roupas também. A nanotecnologia começa a aliar-se à moda e
roupas inteligentes é o que o futuro nos reserva. Hoje em dia já podemos
encontrar as mais variadas características tecnológicas em algumas peças de
vestuário, que visam melhorar a qualidade de vida de quem as usa.
Em Portugal e a pensar na população
sénior, o Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática da Universidade de
Aveiro, desenvolveu um sistema integrado nos tecidos da roupa que detecta a
postura de cada pessoa, e emite um alerta para um telemóvel ou computador em
caso de queda. O perigo de quedas é uma maiores causas de graves lesões na
população mais velha, e esta solução é uma amostra da utilidade que a
nanotecnologia nos pode oferecer.
"Ainda
estamos em fase de desenvolvimento, mas o objectivo é que venha a ser produzida
uma peça de roupa que integra os módulos, para enviar a informação para um
computador ou outro dispositivo de um familiar ou instituição", disse à
agência Lusa Óscar Pereira, membro da equipa responsável do projecto.
As
opções são infinitas e este é apenas um exemplo. No Brasil, a empresa Invel
comercializa camisolas e luvas que aliviam as dores crónicas. É uma prova de
como estas roupas já passaram de protótipo para a realidade do dia-a-dia. Uma
das áreas mais exploradas neste novo tipo de vestuário, é o desporto. Já
existem várias camisolas em desenvolvimento que medem os sinais fisiológicos,
como as alterações do ritmo cardíaco, a respiração e a pulsação.
O
projecto RUNSAFER, financiado pela União Europeia, foca-se no desenvolvimento
de ténis para corrida ou caminhadas. É uma actividade que pode trazer imensos
benefícios para a saúde, mas também lesões caso seja mal feita, ou não tenha um
aquecimento adequado. Os ténis RUNSAFER incorporam um GPS e um sensor
biométrico, que acumula dados e envia-os para um aplicativo num smartphone. As
informações são analisadas e o aplicativo recomenda maneiras de melhorar a
caminhada. O Dr Andreas Heinig, cientistas do projecto, explicou que “o
aplicativo poderia recomendar-lhe para correr mais devagar, colocar o pé de
maneira diferente para encontrar uma superfície mais benéfica, ou até informar
para parar se necessário”.
Uma
outra inovação neste âmbito ocorreu na Universidade da Califórnia. Foi
desenvolvido um algodão auto lavável. Este tecido quebra quimicamente produtos
e pesticidas, e quando exposto à luz elimina também bactérias que provocam maus
odores. Já o projecto Inseplatex está focado em desenvolver tecidos à prova de
insectos. Esta ideia surge não só na necessidade de proteger pessoas em
situações drásticas como é o caso dos bombeiros ou guardas florestais, agentes
de combate à malária e ao dengue, mas também a pensar em campos de refugiados
durante crises humanitárias ou acidentes naturais.
A pensar noutras profissões de alto risco,
como é o caso dos pescadores, também estão em desenvolvimento aplicações para
incorporarem peças de roupa. Por exemplo, cientistas noruegueses procuram
lançar no mercado roupas que se auto remendam enquanto que uma empresa
finlandesa desenvolve uma antena em tecido para ser incorporada nos salva vidas
e comunicar por satélite caso haja necessidade de busca e salvamento.
O
desenvolvimento tecnológico não pára, e as roupas inteligentes podem ter
diversas características como, conduzir electricidade, manter a temperatura
corporal e o corpo seco, bloquear raios ultravioleta, impedir o crescimento das
bactérias, repelir líquidos, tornando-se impermeáveis e à prova de manchas,
entre muitas outras opções que só o futuro nos dirá. As opções são imensas e
ambição humana é ainda maior.
Roupas inteligentes ajudam seniores
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07:10:00
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